SEM ELE, NADA FEITO!
PORQUE, EM ECONOMIA, NADA SE FAZ SEM O CONSUMIDOR
A Economia tem uma dinâmica própria. Inventar com relação a ela desvirtua, confunde e impede o seu desenvolvimento natural, que é orgânico e exponencial. Variados são os seus tributários, diversas são as suas vertentes; sua fonte, porém, é única, o Consumidor. Ele é a base sobre a qual o fato econômico se assenta em sua expressão mais abrangente, tão complexa como as formas gerais de consumo nele consubstanciadas e em suas necessidades, um mundo de riquezas esperando por ser descoberto tal a variedade das exigências humanas, em grau maior, passando pelo mundo animal e projetando-se em suas facetas corporativas, industriais, comerciais, científicas, em quaisquer áreas e ramos de atividade. É impossível ter-se uma Economia próspera operando sobre populações pauperizadas, sem trabalho, sem renda. O Estado que não conseguir entender esse pressuposto econômico básico e imutável condena-se e à sua população, especialmente se privilegia o capital em detrimento do trabalho, da mão de obra. Cruze os braços de modo amplo o trabalhador, recusando a humilhação da semiescravidão e o desprezo oficial, e o capital se converterá em monumento à esterilidade.
No fim da semana recém-finda noticiou-se o progresso econômico das ex-favelas e informou-se o “PIB” das Comunidades no ano de 2018. A maior Comunidade do Rio de Janeiro — de alto potencial de negócios explorado por desbravadores econômicos e agentes que aceitaram sob as regras atuais o risco como característica de qualquer negócio — contribuiu com parcela significativa representada por atividades regulares para sua formação, sem nenhuma assistência oficial ou interesse dos grandes capitais. Fala-se, aqui, de bilhões de Reais, não de milhares ou milhões.
Voltando-se ao meio da semana, os números do desemprego apontavam a existência de vagas no mercado de trabalho, sem carteira assinada. As vagas estão lá, às moscas, os índices do emprego não reagem. Qual o trabalhador a não estar com os olhos voltados para a sua aposentadoria, para quando não mais tiver força física, emocional e/ou psicológica para o trabalho? Que trabalhador quer se tornar um quase indigente na velhice, após uma longa vida de esforços e sacrifícios?
A negação do direito a uma aposentadoria digna, conquistada pela constância e dedicação ao emprego, recende a exigências que não conseguem enxergar, sequer vislumbrar, o trabalhador como ser humano, que em sua atividade torna-se unidade econômica, produtor de riquezas e motor do consumo, força de expansão do trato empresarial em todas as suas modalidades.
Tivemos, agora, um gesto de grandeza, a revogação do decreto das armas; precisamos urgentemente de outro, da retirada do projeto de reforma da Previdência da feição de capitalização. Os grandes homens não se definem por intransigências, mas por suas renúncias, de modo especial se em favor das pessoas em geral, seus patrícios, e do seu país. Como está, a reforma matará a galinha dos ovos de ouro do mercado, da atividade econômica, do PIB nacional: O Consumidor. Sem ele, nada feito!
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