EFEITO COLATERAL
—Burla, coronel; este mundo é governado por duas coisas: a força ou a astúcia. O mais, isso de lei, de liberdade e justiça são palavras sonoras para o povo, que no fim de contas não passa de um menino a quem se acalenta com um chocalho.
— Sou brasileiro, nasci cidadão do império e assim hei de viver enquanto houver liberdade em meu país, porque para mim a liberdade não é uma burla para enganar o povo, mas o primeiro bem, que não se perde sem desonra e não se tira sem traição.
Trecho de diálogo entre Bento Gonçalves e Juan Lavalleja, um dos 33 libertadores do que é hoje o Uruguai – José deAlencar – O Gaúcho – Livro Primeiro – Parte IV O Padrinho.
O blog não publicou na última semana o artigo habitual das quartas-feiras; e não pretendia fazê-lo hoje, antecipando-o. Circunstâncias. Seu titular está totalmente absorvido pela nova revisão final de O Gaúcho, que, em si, não tem sido de grande valia. Terminadas as revisões, deixado o texto na "gaveta" em maturação, e relido após, encontram-se incorreções que lá não estavam ao final da revisão feita. E o hacker de plantão já deu sinal de que está no seu posto.
Os responsáveis pela “arte” estão, generosamente, distribuindo o texto raqueado; não estão prejudicando o editor, como sempre e equivocadamente supõem. O Gaúcho em final de edição destina-se à loja de onairnunes.com e, se impedimento não houver, a publicação simultânea em Apple Books pela utilização do iBooks Author. O livro ficará inicialmente na loja para baixa livre atrelada ao compromisso de quem o fizer doar o pequeno valor de contribuição para a sua edição à entidade de sua escolha que esteja prestando assistência aos desempregados crônicos em
dificuldades devido à absurda situação atravessada pelo Brasil às pessoas de algum modo atingidas pelo coronavírus-19.
Pede-se desde já, tão pequeno é o valor da contribuição, que mesmo aqueles a reboque da generosidade dos artistas, com acesso ao texto, podado e/ou modificadas as doze peças introdutórias ao livro, que contribuam com o valor para os destinatários iniciais mencionados acima, desempregados crônicos, vítimas e pessoas expostas ao vírus.
A edição ONS-Editor de O Gaúcho é uma justa homenagem a Alencar pelos 150 anos do livro, depois, uma forma de ajuda humanitária. O titular do blog alimenta a expectativa de que, com boa divulgação, esta iniciativa poderá render significativa ajuda a quem, a despeito dos seus esforços, está no sufoco. Se no final, bem lá no final, render um “capilé” para o editor, beleza! Ele não é pobre soberbo. Mas esse não é o propósito; o trabalho realizado o foi com a finalidade precípua de ajudar pessoas.
Se essas pessoas que estão todo o tempo criando dificuldades para a publicação do livro pararem de apagar o arquivo como aconteceu na madrugada da última sexta-feira feira para sábado, O Gaúcho estará na loja no máximo na próxima semana. Você, gente boa e do bem vai gostar; é uma obra histórica da nossa literatura e o editor procurou estar à altura do autor. Baixe, contribua e divulgue. Quem sabe, num amplo “de grão em grão”, não conseguiremos um bom dinheiro para ajudar os nossos patrícios necessitados?
No último sábado o Jornal da Cultura informou-nos que a Rede Globo, por decisão judicial de Primeira Instância, não poderá noticiar a respeito de investigações desenvolvidas sobre supostas irregularidades praticadas por um Deputado Estadual do Rio de Janeiro, hoje Senador, que reivindica privilégios não gozados por nenhum cidadão da planície, e mesmo por congressistas investigados. Decisão judicial não se discute, cumpre-se ou dela se recorre. As Organizações Globo compreendem uma gigante da comunicação, e não se tem notícia de que haja, em qualquer tempo, aberto mão de suas franquias constitucionais, até porque o assunto não lhe diz respeito exclusivamente, envolve toda a imprensa. Recorrer ou não é do seu talante, observados os melhores fundamentos constitucionais/jurídicos/processuais para fazê-lo, pacífica, contudo, sua total responsabilidade, na hipótese, em face dos seus congêneres e de toda a Sociedade brasileira, que conta com a imprensa para manter o seu direito constitucional à informação relativamente a qualquer assunto de interesse público.
O efeito colateral: Nem bem iniciada a notícia do fato celebrado por eventuais interessados como uma vitória, os meus aparelhos de televisão começaram a dar problemas. Não pude ouvir a notícia na íntegra e os comentários dos dois ilustres integrantes da bancada, brilhantes, como de hábito. Em seguida o canal, somente o canal 32 ficou sem sinal até o final do noticiário. Coincidência? Terá acontecido o mesmo com outros cidadãos?
Como disse certa vez o grande corintiano Vicente Mateus: O jogo só acaba quando termina. Não há vencedores ou vencidos em uma lide judicial enquanto não cumprido o Inciso LVII do Artigo 5°da Constituição Federal e na pendência de oitiva, em matéria constitucional, do Excelso Supremo Tribunal Federal.