DANÇA MACABRA
A vacina, rareando, começou a faltar, enquanto interesses não exatamente focados nos princípios hipocráticos parecem gratificados com a marca absurda de mortos pela pandemia no Brasil. Chegou-se, ontem, à marca dos 250.000 imolados no altar do lucro a qualquer custo, das deficiências operacionais e do pouco caso com a vida dos brasileiros, a satisfação materializada numa coreografia desumana e fria, numa dança macabra bordada de expressões risonhas, zombeteiras,explícitas e indecentes, despudoradas. Imagine Sócrates — sem analogias intrínsecas, questão apenas de ofício—,contorcendo-se desajeitado numa praça de Atenas entre rostos sorridentes, a pretexto de afirmar valores, celebrando as mortes de um combate em que a frase inicial e dominante, alea jacta est, não foi traduzida por aqui como ‘o dado está lançado’, mas como ‘quem pode mais chora menos’.
Cachê irrecusável— afinal, tudo parece resumir-se ao dinheiro —ou puro sadismo? Certamente a débâcle geral e total da Companhia. Tudo o que cuidadosamente dissimulado até então foi dito de forma clara, embora gestual.
Houve uma oportunidade de ouro para manifestar solidariedade e interesse humano na problemática da vacina. Ninguém se manifestou. São Paulo, isolado, batalhou sozinho, como batalhando sozinho continua. Gente morrendo, vidas humanas? O que querem os senhores, que coloquemos azeitona na empada de quem está desenhado como nosso próximo inimigo político? Esqueçam!
Aquele era o momento, poderíamos estar vacinando desde antes do fim do ano passado. Se a preocupação fosse genuína.
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Não foi difícil, pois, capacitarmo-nos, a par do acompanhamento do trabalho desenvolvido, de que o Instituto Butantan sairia com a vacina contra o coronavírus ainda este ano. Claro, imprevistos podem acontecer, mas sempre haverá um plano B, cuidado de todo bom planejador. É deles que também estamos falando. O trabalho dans des délais très courts (eu avisei sobre o francês, lembra?) está praticamente realizado e a operacionalização do seu resultado em vias de implementação. Novembro está muito próximo, Dezembro é logo ali (A Seriedade do Ofício, 08 de Outubro de 2020)
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Como inspirar atitudes positivas quando se está perdendo a quase nenhuma credibilidade restante? É preciso perspicácia camaleônica, maturidade e jogo de cintura para ultrapassar os mal-intencionados de sempre nesses momentos, a defenderem interesses próprios e de terceiros que nada têm a ver com os interesses gerais, do país; conhecê-los em suas tolas momices, banalidades e pequenezas é o melhor antídoto contra a primariedade de sua natureza destrutiva, degradante, mas muitas vezes ingênua (Ecce homo, 24 de Novembro de 2020) .
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Temperamentos totalitários odeiam livros e só entendem por liberdade as facilidades concedidas por eles, a infâmia em seu grau mais torpe, um horror, uma vergonha. A liberdade pessoal, só circunscrita à lei, está sendo descaracterizada, pois apenas se pode entendê-la de modo deformado quando a má-fé impera: Discute-se, hoje, no Brasil, se a vacina contra o vírus deve ser opcional. Ninguém pode ser tão ignorante do Direito: O vírus, um problema de saúde pública, contagioso, é um perigo real e mortal que o Estado tem a obrigação constitucional de combater; o interesse coletivo prevalece ao individual, isso é um princípio jurídico, logo, a vacina tem de ser obrigatória. E ponto!!!
(Ecce homo, 24 de Novembro de 2020) .
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Logística? Já se cansou de falar nisso, formalidades e jogo de cena demais e eficiência de menos. São Paulo já tem a vacina e uma licença emergencial para ela a desatar-lhe as mãos. Que os burocratas não atrapalhem os profissionais. A Fiocruz alertou, vem aí uma baita encrenca, com a vacina na mão, vacine-se. Já não se aguenta mais ver tanta gente morrer, mortes, muitas delas, que poderiam e podem ser evitadas. Deprime, desqualifica. Tem gente falando em frigoríficos para depositar cadáveres; o que precisa é parar de produzir cadáveres, não ficar inventando lugar para guarda-los enquanto não sepultados. Roma, ouvida, já disse que o combate aos vírus diz respeito aos Estados, logo, decidir quanto à obrigatoriedade da vacinação e o seu início lhes cabe. Roma locuta, causa finita. Se há Estados que não querem assumir as suas responsabilidades, bem, não é de surpreender, mas deixem São Paulo trabalhar, que a isso os de lá estão habituados.
(O Brasil, 17 de Dezembro de 2020)
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O mundo está parado. Há pânico e medo na população global. Mais de um milhão e trezentas mil pessoas já morreram. Para a imensa maioria dessas vítimas, uma cura com alta porcentagem de sucesso foi negligenciada. Outros milhões estão com depressão, sem perspectiva de vida e de felicidade. Tudo devido a uma tempestade perfeita e erros grosseiros. Tudo aproveitado, convenientemente, por interesses mesquinhos.
Reproduzo abaixo partes do Artigo de The American Journal of Medicine.
Referência: The American Journal of Medicine, Vol 134, No 1, January 2021
(Por Analogia, Omissão de Socorro, 14de Janeiro de 2021).
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A vacina chegou, e com ela demonstrações de oportunismo político e pessoal, extravagâncias discursivas pela sua distribuição e sequer o mais tímido pedido de desculpas; ao contrário, tentativas de capitalizar méritos alheios. Faltou o mínimo da sobriedade natural em contexto tão doloroso, e porque, no fim das contas, todos os envolvidos no evento ali não estavam cumprindo mais que obrigação; faltou sentido humano e oportunidade enquanto Manaus explodia — e continua explodindo — em mortes desnecessárias e cruéis, fruto da incompetência e da desídia, mais uma vez essa gente maravilhosa do povo e esses profissionais incríveis que participaram da operação. Pessoas carregando nos ombros balas de oxigênio surgidas nem se sabe donde, enfrentando filas para fazê-las chegar às vítimas do desdém oficial. Comovente!
Mas a fase decisiva, a batalha final está apenas começando; o país tem pela frente dias, semanas, meses, talvez, de recidiva e aumento de casos, cada vida desnecessariamente perdida uma derrota para cada um de nós. E isso vai ocorrer. Temos de utilizar todos os recursos disponíveis aqui e agora, afastar da ação os burocratas indiferentes à dor e ao sofrimento alheios, os ’gênios’ arrogantes das regras incompreensíveis, as omissões. Ninguém está fazendo favor a ninguém; ou é um imperativo funcional, ou é um dever de humanidade, ou é obrigação de qualquer cidadão decente. Até alcançarmos a imunização de 70% (setenta por cento) da população há uma longa, árdua e dolorosa luta a ser lutada.
O Butantan está sem a matéria-prima básica, vidas se vão e irão perdendo por isso. E o que é dos responsáveis? Sim, os responsáveis de nomes, CPF’s e endereços certos e sabidos.
O ódio foi novamente cultivado e dirigido. Os últimos anos do Brasil viram isso acontecer contra pessoas, seres humanos defraudados em suas franquias constitucionais, vítimas da mentira, do engodo, do endeusamento da violência moral. Agora é cultivado contra medicamentos, e ainda uma vez os bagunceiros esqueceram-se de que a Sociedade, por seus vários segmentos e instituições seria paciente, mas reagiria, não seria conivente. Vamos acompanhar o andamento do inquérito em curso, a Procuradoria da República em Goiás interviu no criminoso abuso da “comprovação científica” para fins pouco claros que transformou-se em moda, impedindo o que é factível, não raro necessário, aqui e ali indispensável.
A desinformação está campeando. Publicou-se no Facebook estes dias que o Professor Doutor Didier Raoult está sendo processado na França, havendo declarado que a hidroxicloroquina não tem qualquer eficácia contra o COVID- 19. Não é verdade. Isso é obra de um faker, no melhor sentido de gíria do termo. O endereço do Dr. Didier: @raoult_didier Está lá, confira.
L’efficacité de HCQ + AZ pour réduire la durée du portage viral, montrée dans notre étude IJAA a eté confirmé, avec par la suite la démonstration d’une efficacité sur la mortalité.
Nous n’avons jamais changé d’avis.
Détails dans notre dernière revue.
[A eficácia da HCQ + AZ para reduzir a duração da carga viral, demonstrada em nosso estudo IJAA foi confirmada, com posterior demonstração de eficácia contra a mortalidade.
Nunca mudamos de ideia.
Detalhes em nossa última publicação]
No rodapé: História do COVID-19 e opções terapêuticas — PubMed]
Recentemente, entre outras, a Escola de Saúde Pública de Yale, a John Hopkins, o Baylor College of Medicine, a Universidade de Siena, a Sociedade Americana de Patologia Cardiorenal e mais uma dúzia de Instituições do mesmo calibre publicaram no American Journal of Medicine artigos recomendando um protocolo para tratamento precoce do COVID-19, incluindo a hidroxicloroquina. REFERÊNCIA: Janeiro de 2021.
A Universidade da Califórnia, que dispensa apresentações, publicou uma metanálise mostrando que o uso precoce dessa droga antimalárica reduz em 25% a progressão da doença para formas graves.
O NIH (Americano), um baluarte da ciência, mudou a orientação sobre a ivermectina de “não recomendável” para “neutra”, o que na prática autoriza os médicos americanos a prescrevê-la, caso entendam devam fazê-lo.
Este texto, quanto ao aspecto técnico, foi preparado sob orientação médica. Que não é burra!
(O Sequestro da Verdade, 21 de Janeiro de 2021)
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Todos os estudos específicos—e eles são torrenciais—apontam para o tratamento precoce e em casa do COVID-19 a partir de suas primeira manifestações e sintomas para evitar a hospitalização maciça, como tem ocorrido, com alto potencial de contágio, agravamento e letalidade.
Quem pede pelos fármacos não os quer como tratamento regular, bem menos para substituir a vacina, apenas quer que morra menos gente do que tem morrido, e não ser hospitalizado é o primeiro passo. É para isso que servem os fármacos. Não existe médico burro! Existem médicos que pensam fora da caixa, levam a sério o seu juramento e, mais importante que tudo, são independentes e descomprometidos.
(Mutações, 28 de Janeiro de 2021)
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Enquanto o blog se esgoelava por vacina, e até por sua obrigatoriedade, por onde andavam os bailarinos e seus trejeitos esquisitos, ridículos e inoportunos? Perderam, isto sim, uma boa oportunidade de manterem a compostura e se comportarem digna e respeitosamente quanto aos 250.000 mortos pela pandemia e com relação às suas famílias. Uma tragédia ética e, por que não, de costumes? Se esses são os formadores de opinião do país, bem!… O que mais dizer? Pobre Brasil!