LET'S MOVE
A LIBERDADE É DA ESSÊNCIA DO SER HUMANO.
ELE PRECISA SER LIVRE PARA SER FELIZ.
Permita-me uma pergunta: Quantas ditaduras de 100 anos você pode
apontar?
Uma outra pergunta, pertinente: Quantas democracias de 100 anos, e
mais, você quer lhe sejam apontadas?
As ditaduras são destrutivas, anulam características evolutivas do ser
humano, como tal, e patrocinam sua involução. Nas ditaduras o mono líder
pode tudo, ele simplesmente manda, enquanto o pequeno grupo de símios
que o cerca aplaude e lhe dá sustentação a troco, é claro, de impunidades e
delícias. Nelas, os indivíduos da cúpula e seus beleguins se fortalecem na
razão inversa da vulneração da coletividade. Ditaduras são regimes de
governo para incapazes e fracos que precisam da força para se manterem; são
regimes para vassalos que se ajustam ao bridão e beijam de impulso próprio
o látego com o qual vergastados. São regimes para medíocres, inábeis na
assunção da responsabilidade por suas vidas, colocadas nas mãos dos
ferrabrases que lhes dizem como e o que delas fazer, que preferem cumprir
ordens quaisquer sejam elas do que fazer escolhas, que se arrastam vidas
afora porque as alturas lhes provocam vertigens. As ditaduras, nas quais o
culto da personalidade é elemento de domínio, fortalecem os mandantes e
enfraquecem os “mandados”. Todos.
Nas democracias ninguém pode tudo, as Instituições são fortes e fortale-
cem a coletividade, privilegiando o indivíduo sem perdê-la de vista e assegu-
rando a todos uma classe genuína de liberdade, não outorgada, porque não
concerne a governos ou grupos outorgar ou tirar a talante próprio a liberda-
humana, uma desonra, pois a liberdade não pode ser algo in quarto, ela tem
de ser plena, tão só adequada pela lei e pela Norma Superior Regente, ou
não é, e, em não sendo, o que lhe corresponde não é modo de vida para seres
humanos decentes. A democracia é a pátria dos iguais. Nela, eles pensam
com as próprias cabeças, não com as cabeças dos seus líderes, impostos,
questionando-os, assim entendam devam fazê-lo, nos limites da lei. As
democracias são regimes de governos para quem se dá o respeito, seres de
espírito alado amantes das alturas que ampliam perspectivas e alargam a
visão de mundo. A democracia é o modo natural, logo, normal, de ser do
ente verdadeiramente humano.
O Artigo ATENTOS 3, de duas semanas atrás, encerrou-se de maneira
peculiar; se fosse com uma citação, esta se colocaria entre aspas ou em
itálicos seguidos do nome do autor, lembrado também quando a inspiração
de terceiros paira sobre qualquer texto. Só que, na hipótese, isso descontex-
tualizaria o quadro traçado.
A forma de encerramento do Artigo inspirou-seem Joseph “Joe” Raposo, filho
de imigrantes portugueses nos Estados Unidos que preferiram o trabalho às
sinecuras, a realização pessoal e profissional legítima ao invés de pretensa
ascendência sobre ex-colonizados que jamais souberam muito bem o
significado do termo liberdade. Joe Raposo seguiu o exemplo dos pais.
Cantou profissionalmente e compôs, fez parte do grupo criador de Sesamo
Street e foi compositor da canção-tema do projeto, Winners, que todo mundo
gravou, inclusive o gigante da canção, Sinatra, como atestado de sua qualidade.
Winners, por seu conteúdo, e havendo sido composta por quem a compôs, um
vencedor com DNA de vencedores, está além da mera canção; com melodia e
letra fortes e bonitas, bem “casadas”, constitui-se um grito de estímulo à liberdade,
um alerta, um exemplo a ser considerado. Atente para a sua segunda quadra:
Here’s to the heroes, those who move mountains,
Here’s to the miracles, they make us see,
Here’s to all brothers, here’s to all people,
Here’s to the winners all of us can be.
Complemento ATENTOS 3 com Winners, que ouvi, gravei na memória de
pronto quando coloquei para tocar Blue Eye’s Back pela primeira vez e
tenho cantarolado desde tantos anos. Grave você também suas palavras,
repita-as muitas vezes, sinta a sua força, inspire-se. Precisamos mover
montanhas, precisamos fazer milagres, precisamos irmanarmo-nos, sermos
todos gente, pessoas, seres humanos na melhor acepção da expressão,
cidadãos, precisamos ser os vencedores que todos podemos ser, precisamos
de outra realidade que não a que nos tem sido posta. As Cortes de Justiça
nos estão abertas. Precisamos de uma Câmara de Deputados, mas não
precisamos de uma Câmara de Deputados como essa que aí está, com uma
reforma eleitoral mais para mostrengo assustador do que qualquer outra
coisa, preparada para nos ser empurrada garganta abaixo, um acinte, uma
humilhação, um deboche. Há preceitos fundamentais emanados da Consti-
tuição Federal que não estão sendo observados. Pela via constitucional, em
sede própria e na Corte competente precisamos fazê-los cumprir.