VADE RETRO
Uma traição é uma traição. Quando se trate de uma traição à nacionalidade, chegou-se ao fim do que quer se pretenda razoável. Não pode haver qualquer caminho para o traidor.
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Não temos uma crise de nacionalidade, nunca tivemos; temos maus brasileiros, sempre os tivemos. Para estes, o tratamento adequado é dar-lhes as costas, aqui, lá, acolá, diminuir-lhes os espaços, olhar através deles, não mais para eles, não lhes dispensar atenção, que não o merecem; são as maçãs podres do cesto, não contaminam as cabeças e os corações bem formados, mas têm mau odor, são ridículos, frequentemente patéticos.
Os maus nacionais são detestados em qualquer país do mundo pela gente séria, são os traidores por definição; por que haveria, aqui, de ser diferente? Identificam-se por suas atitudes, por seu apego ao cabresto, na atração pelo bridão. Eles traem sua gente, faltam à confiança, defraudam-na, beijam o látego pela necessidade do desprezo que alimenta sua deformidade à espera de empunharem um dia o chicote e infligirem aos demais o sofrimento moral cuja profundidade bem conhecem por experimenta-lo intensa e permanentemente, a dor do outro uma compensação para a sua pequenez, as feridas que possam provocar um lenitivo para a purulência sofrida da própria ferida de serem o que são: Nada. O traidor com o chicote na mão é pior do que aquele que o corrompeu e ao seu senso de nacionalidade.
Que tais criatura menores guardem para si a escuridão dos seus perdimentos! Não queremos vivenciar com a exibição de sua pequenez o inferno que trazem consigo, sentir o odor de enxofre exalado com sua presença. Poupem-nos, que já temos desconfortos em demasia, tributários das sombras, limitem-se à sua Legião; afastem-se, o cálice maldito e amargo da infelicidade de suas angústias de subalterno não seduz. Essas criaturas não têm nome; se algum ostentam é mais uma de suas velhacarias, posto serem de fato entes sombrios designados por um número; vade retro, 666.
Que a Legião nos deixe em paz!